sábado, 30 de julho de 2011

Rocklate

"Bwana Bwana
Não sei cozinhar
Mas sou carinhosa
E tenho talento
Prá boemia
Corre sangria
Nas minhas veias
Volúpia!..."
Bwana - Rita Lee


Foto: Carol Mendonça.
Sexta feira (29/07) começou o 7º festival do chocolate em Ribeirão Pires (para quem não está acostumado a geografia de Avalon e região, Ribeirão fica a 20m a sudoeste da toca da Laracna enfim: interior e longe) e para abrir a festa o primeiro show foi o da rainha do rock brasileiro: Rita Lee.

Tenho um caso especial com a vovó de cabelos vermelhos já que minha criação musical se alternou do rock progressivo de Pink Floyd com o brasileiríssimo de Rita Lee, ela é tão “dá casa” que fomos todos e mais alguns agregados (também com suas famílias) ver aquela que se auto intitula irmã gêmea de Ozzy.

A primeira impressão já foi fantástica. Não posso deixar de elogiar a organização do evento, mesmo correndo o risco de estar sendo precipitada já que estamos falando de 1º dia e de um show não muito popular. O festival se assemelha a uma quermesse bem montada e organizada com revista policial com aqueles negocinhos de ver se a pessoa tem alguma arma ou não na entrada e não estava estupidamente cheio sendo possível transitar pelas barraquinhas e ate comer algum lanche sem pegar tanta fila. Quando a pessoa decidia que ia para a arena onde aconteceria o show, passava por outra portaria mas essa só para entregar o ingresso e ganhar uma pulseirinha (daquelas tipo de hospital e que é um inferno para tirar do pulso) e que dá um livre acesso para entrar e sair da arena. Outro ponto que achei muito bom foi a sessão reservada para idosos e deficientes, ficando no fundo, porem num patamar mais elevado como se fosse uma arquibancada e com cadeiras para ninguém ficar de pé e mesmo assim conseguir ver o show. Nota 10.

Mas vamos ao que interessa: Rita Lee.

A arena estava com uma lotação média e não era tão grande a ponto de ser fácil ver bem o palco a distancia. Poucas pessoas altas, nada muito lotado e uma noite gostosa: tudo condizendo para um bom espetáculo. O show estava marcado para as 9pm e ela não se atrasou (pelo menos não o atraso deselegante), começou com “Agora só falta você” seguida de “Vírus do amor” que fez com que apenas os conhecedores da Rita perdessem a voz. Tocou “Saúde” e “Bwana” e quando todos achavam que ela não ia incendiar o lugar surgiu “Ti ti ti” fazendo o coro ecoar e todos que pareciam envergonhados de assumir a idade começassem a cantar sem medo. Rita brincou com a idade desta musica fazendo todos rirem e emendou uma versão de “A Hard Day´s Night”. Casais dançaram ao som de “Banho de espuma” e o publico cantou “Doce Vampiro” sendo nesta ela ter dado uma pausa e deixado só o os presentes cantarem a plenos pulmões o seu refrão. Fez o chão tremer com “Ovelha negra” e os solos incriveis de Roberto de Carvalho que prova, como se precisasse, que é um monstro na guitarra. Ela resolveu dar uma descansada e contar a historia de sua vida tirando algumas gargalhadas em partes como “Meu pai disse: Aqui em casa ou se estuda ou se trabalha. Mas não se faz musica, por que musica não é nenhum dos dois. Então eu disse ‘Você está certo. Vou fazer música’” e “Mas faltava um ovelho negro. Foi quando eu conheci um carioca moreno gostoso” apresentando o Roberto de Carvalho e foi ate o final de sua “vida” citando o filho (e também guitarrista) Beto Lee e neta. Deu a respirada e cantou “Lança Perfume” fazendo a graça do “Obrigada Ribeirão Pires”, porem voltou para um bis com “Flagra” e com uma cobra no pescoço fechou a noite ao som de “Erva Venenosa” deixando o seu publico bem heterogêneo satisfeito e feliz.

Foto: Carol Mendonça



Apesar das pausas para respirar e momentos que pareciam ser completamente desnecessários como um cover do Michael Jackson dançando “I’m bad” Rita Lee em sua 1h40m de show agradou e deixou aquela vontade de ver de novo um show desta “dinossauro do rock”.


Fotos retiradas da pagina oficial da Rita Lee no facebook.

Um comentário:

Marcelo Fabri disse...

Virou resenhadora, hein? Gostei. O texto separado (ambiente e show) deu movimento e, ao mesmo tempo, conseguiu espelhar/refletir muito bem o evento. É legal quando lemos o que aconteceu sem rodeios. Me senti lá. Tinha "fog" neste dia?
O show, pelo que contou, é muito parecido com o da Virada Cultural que assisti. Devo ter uns 8 discos de vinil dela lá em casa. A maioria dos anos 70. Veja a capa de "Build up" para ver como ela está linda!