tag:blogger.com,1999:blog-52871390753438075462024-03-13T10:40:47.133-03:00Constantemente InconstanteUnknownnoreply@blogger.comBlogger28125tag:blogger.com,1999:blog-5287139075343807546.post-23245403713768749362014-02-27T00:00:00.000-03:002014-02-28T10:11:58.636-03:00A vida que deveria ter sido...<span style="font-size: x-small;"><i>~ Esse texto faz parte de uma brincadeira que fiz com o meu namorado. Um tema por dia, escolhido entre 5.Como foram temas pensados para serem desenhos e não texto alguns podem ser estranhos mas tentarei adequados a esta proposta.</i></span><br />
<span style="font-size: x-small;"><i>Tema de hoje: Anel da Morte ~
</i></span><br />
<span style="font-size: x-small;"><i><br /></i></span>
Ela tinha 17 anos
quando disse sim. Seus pais tentaram dissuadi-la, mas isso era impossível. Ela
o amava e não podia esperar nem mais 1 dia, quanto mais 1 ano<br />
Ela o achava brilhante, estava fascinada por tudo que vinha dele, e ele a amava
muito também.<br />
Amava como ela era independente.<br />
Amava como tinha um sorriso fácil e cativante.<br />
Amava as suas curvas bem desenhadas.<br />
Amava sua inteligência.<br />
Amava seu rosto de princesa.<br />
E principalmente amava a determinação ela tinha em seus sonhos e planos.<br />
<br />
Eles se
uniram em uma cerimônia pequena, na presença de poucos parentes e apenas 3
amigos.<span class="apple-converted-space"> </span><br />
Tiveram uma lua de mel rápida pois ele tinha que voltar rápido para o seu
trabalho, era um gerente de produção de uma multinacional, ela sentia orgulho
dele ser tão novo e já bem estabelecido no emprego, e ele prometeu que ela
nunca precisaria trabalhar, e isso matou sua independência, mas ela não ligava,
pois ela o amava.<br />
<br />
Com o passar dos meses ele foi notando que todos na vizinhança a conhecia, ela
tinha um jeito cativante e todos a adoravam. A senhora da quitanda já a chamava
por nome, a costureira fazia fiado, o padeiro sempre revelava quais os pães
estavam realmente fresquinhos, o senhor que vendia queijo de porta em porta já
deixava amostras de queijos, e todos os banqueiros da feira a conheciam e
começou a acumular tanto "o" e “os” que o ciúmes dele cresceu. Cresceu
a ponto de quase o enlouquecer. Qualquer um que a cumprimentava no bairro era o
suficiente para ele ficar bravo. Tinha explosões de ciúmes. Começou a não
deixa-la sair de casa. Ficava bravo quando, ate mesmo, amigas iam visita-la. Ligava de minuto em minuto em seu celular quando saia. Ela até deu razão pra ele e, por isso, matou
seu riso fácil, mas ela não ligava pois ela o amava.<br />
<br />
Tiveram 3 filhos, até ele conseguir ter o menino que sempre sonhou, e isso
matou suas curvas, mas ela não ligava pois estava muito feliz.<o:p></o:p>
<br />
<br />
As amigas se afastaram com o tempo e por causa do ciúmes dele. Ela começou a não ter muito com quem conversar a não ser com as crianças. Se
prendeu em novelas e programas de fofocas. Não via jornal pois a realidade lá
fora só a afetava quando aumentava o preço do tomate. Não tinha mais a rapidez
nas respostas, o conhecimento sobre o mundo e seus assuntos começaram a ficar
enfadonhos.<span class="apple-converted-space"> </span>Ele começou a acha-la
burra e, com isso, matou sua inteligência, mas ela não ligava.<br />
<br />
Os anos se passaram e as rugas marcaram e mataram seu rosto de princesa, mas
ela não tinha mais vaidade e então nem se importou.<br />
<br />
E depois de todos esses anos ela não tinha mais sonhos, não desejava mais nada.
Perdeu os objetivos e a alegria que brilhava em seus olhos. Viu os anos
passar, os filhos crescer, o marido com outras e se tornou apenas uma sombra do
que era e, apesar viva, ela estava morta.<o:p></o:p>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5287139075343807546.post-4310785173808624662014-02-25T23:08:00.003-03:002022-08-02T17:08:00.039-03:00E tudo ficará bem...<span style="font-size: x-small;"><i>~ Esse texto faz parte de uma brincadeira que fiz com o meu namorado. Um tema por dia, escolhido entre 5.Como foram temas pensados para serem desenhos e não texto alguns podem ser estranhos mas tentarei adequados a esta proposta.</i></span><br />
<span style="font-size: x-small;"><i>Tema de hoje: Ninfa do gelo ~
</i></span><br />
<br />
Quando tinha uns 7, 8 anos vi pela 1 vez a neve.
Nessa época estava visitando minha avó em São Joaquim, SC, e apesar de ser uma coisa quase corriqueira nas épocas de inverno, pra mim, garota criada em um apartamento em São Paulo, aquilo era mágico. Me sentia dentro de um especial de Natal da Disney. <br />
Sai correndo da cama e tentei acordar minha prima, que, como já estava acostumada, simplesmente balbuciou e me mandou voltar a dormir, mas a emoção de ver aquele branco caindo do céu e cobrindo tudo era grande demais para simplesmente ignorar. Fiquei olhando pela janela maravilhada em ver cada pontinho preto esverdeado tornando branco, olhava para cada parte que ainda não tinha recebido o toque do frio até ficar coberto. <br />
E enquanto eu olhava vi um brilho estranho no meio do gramado. Fiquei com medo, mas ao mesmo tempo fascinada. Pensei em chamar minha prima, pensei em gritar pelos meus pais... mas não conseguia fazer nada, além de olhar fixamente para o brilho azulado, e foi durante essa observação que percebi que o brilho estava ficando mais fraco. <br />
Meu coração se encheu de pânico e urgência. Precisava ir ate lá, ver o que estava acontecendo. <br />
Então calcei uma pantufa e, usando o caminho cimentado que estava com menos neve, corri em direção à luzinha. Quando fui me aproximando vi que emanado aquela luz, estava um corpinho que parecia de uma criança menor do que eu na época, parecia uma fada, apesar de não ter asas. <br />
Era uma pequena ninfa. Era linda e ao mesmo tempo tão frágil. <br />
Quando me aproximei, ela abriu uma fresta dos olhos, num movimento difícil porem notavelmente com medo. Aproximei-me para pega-la, ela se mexeu um pouco tentando lutar contra, mas não tinha forças para isso. Quando a abracei pude sentir seu corpinho gelado, tentei aquecê-la com meu corpo e blusa, mas percebi seu brilho ficar mais fraco. <br />
Comecei a chorar, as lágrimas escorriam pelo meu rosto, uma encostou no corpinho e congelou instantaneamente, e entendi que não era uma ninfa de flores e floresta, como sempre imaginamos, e sim de gelo, ela estava ali fazendo aquela neve toda.
Corri para o meio do jardim com os olhos ardendo e os pés encharcados, fiz uma caminha e a cobri com gelo.<br />
Minhas mãos e pés estavam frios, mas não me importava, só queria ver aquele brilho voltar.
Me ajoelhei do lado e rezei. Rezei o que conhecia naquela idade. Rezei de forma fervorosa e infantil. Pedi pra anjos, santos, Deus e deuses, pedi para qualquer um que pudesse me ouvir. <br />
Minha mão já estava ficando com os dedos roxos quando senti os dedinhos os envolverem e da sensação fria daquela pequena mão começou a emanar um calor que não aqueceu somente os dedos e sim meu corpo todo. Senti que tudo ficaria bem e ela voltou a emanar um brilho tão intenso que tive que fechar os olhos e quando voltei a abri-los estava sozinha no meio do gramado. <br />
Fiquei ainda por alguns minutos olhando ao meu redor tentando entender o que tinha acontecido, se havia sido um sonho ou não e por anos fiquei pensando sobre isso, e então minha avó se foi, fechamos a velha casa, eu cresci, casei, mudei de cidade, tive filhos, descasei, mudei de Estado, tomei rumos diferentes do que quis e vi minha vida ser virada do avesso e hoje o dia pareceu mais pesado e sufocante e, simplesmente, peguei o carro e sem pensar estava em frente a casa de minha avó.<br />
Abri aquelas portas. <br />
Subi os degraus até o antigo quarto das crianças, sendo invadida pelas lembranças e quando entrei no comodo fechei meus olhos e apenas deixei os pensamentos e memorias se acalmarem, e então senti os pequenos flocos de neve em meu rosto e o mesmo calor daquela luz azulada preencheu o ambiente e agora tenho certeza que, assim como aquela noite, tudo ficará bem.Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5287139075343807546.post-55272126191603768112014-01-06T15:36:00.000-02:002014-01-06T15:36:57.162-02:00Free<span style="color: #38761d;"><span style="font-size: x-small;">"I'm like a bird, I'll only fly away
<br />I don't know where my soul is, </span></span><br />
<span style="color: #38761d;"><span style="font-size: x-small;">I don't know where my home is" </span></span><br />
<span style="color: #38761d;"><span style="font-size: x-small;">I'm Like A Bird - Nelly Furtado </span></span><br />
<br />
Ela observava o céu que estava iluminado, azul e repleto daquelas pequenas e leves nuvens branquinhas, um céu que seria ainda mais perfeito se não estivesse sendo visto através de uma janela levemente empoeirada.<br />
Sentia uma vontade louca de largar tudo e simplesmente ir embora.<br />
Não gostava do trabalho, não tinha casa própria, não tinha relacionamento estável há, pelo menos, 3 anos e a única desculpa que usava para não deixar tudo eram seus amigos e familiares, que mantinha mais contato por mensagens virtuais do que pessoalmente.<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
O real motivo era o medo. </div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
Medo de ficar numa situação pior que agora. Medo de deixar a zona de conforto e não poder voltar mais. Medo de perder aquele pouco que tinha... mas afinal o que tinha?
Um apartamento de 40m<span style="font-size: xx-small;">2</span> alugado no centro, um carro popular de 10 anos que havia sido de sua mãe, um cartão de credito que consumia boa parte do orçamento repleto de coisas que comprava mas não precisava, lugares que ia e não lhe agradavam e bebidas que tomava para acreditar que tudo aquilo valia a pena.<br />
<br />
A angustia de olhar aquele céu lhe apertou o coração.<br />
Um pássaro, desses marrons e comuns, pousou na janela.<br />
A garota o observou e por alguns segundos olhou nos olhos do pequeno animal antes dele voar e, quase que instantaneamente, ela se levantou, pegou a bolsa e saiu.<br />
<br />
E era apenas 15:25h. Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5287139075343807546.post-82141619344419229182013-02-25T23:07:00.004-03:002013-02-25T23:14:27.286-03:00Por uma linhaEram 2am e ela revirava na cama.<br />
O calor, o suor e as ideias. <br />
Ideias não, paranoias.<br />
Não podia mais aguentar aquela duvida, levantou e pegou a caixinha.<br />
Não era difícil: potinho, xixi e 3 minutos. <br />
Pronto. <br />
Sim ou Não.<br />
<br />
Mergulhou a fitinha e ficou olhando. Uma linha vermelha começou a subir e parou na região controle <i>"Ufa! O teste ta bom. Agora só esperar..."</i><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<i>00:00</i></div>
Não posso estar. Não tem porque. Não tem como... Como tem, mas não tem como eu ter um filho agora. Não tenho nada estabilizado. Não sou nem casada... - Deu um sorriso de canto - ele nunca se casaria comigo, e nem sei se gostaria de casar com ele...Eu deveria acorda-lo. Ele deveria estar aqui comigo, fazendo isso! Não, melhor não, vou ver o que dá primeiro. Meu emprego!! Não posso largar! Acabei de entrar, vai ficar chato sair de licença assim tão rápido - respira - Será que isso vai demorar muito?<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<i>01 minuto</i></div>
<br />
E se for menina? Poderia se chamar Ana Luiza, só pra virar Nalu... - sorri - Poderia colocar um berço no escritório, já que não uso ele pra nada mesmo. Fralda anda com o preço pra hora da morte... Queria ir para Amsterdã ano que vem... Meu Deus, eu bebi a semana passada! E bebi muito!! A Carol vai ter que arrumar uma outra colega de cigarro... E a progressiva? Tenho que desmarcar!... Não, eu não estou grávida, vai ser uma bagunça se eu estiver...<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<i>02 minutos</i></div>
<br />
...Mas também seria legal. Já to chegando nos 30, seria uma boa hora, as vezes a vida precisa de um empurrão assim para poder ir pra frente. A Andrea acabou de ter um filho, posso ver o que ela tem, dizem que criança perde muita coisa... Minha mãe não tinha nada quando eu nasci e mesmo assim tive uma infância feliz... Não precisaria me casar com ele, podemos ter um filho assim e se realmente der certo, depois a gente vê...<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<i>03 minutos</i></div>
<br />
Só uma linha...<br />...<br />
É, não estou...<br /><br />
Melhor assim... <br />
...<br />
Melhor assim...<br />
<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5287139075343807546.post-16158293499830746752012-12-18T22:32:00.001-02:002012-12-20T23:50:56.315-02:00Encontro desencontrado...<br />
<span style="font-size: x-small;"><span style="color: #38761d;">"E nossa historia não estará pelo avesso<br />Assim, sem final feliz.<br />Teremos coisas bonitas pra contar.<br />E ate lá, vamos viver<br />Temos muito ainda por fazer.<br />Não olhe pra trás,<br />Apenas começamos.<br />O mundo começa agora.<br />Apenas começamos"</span><br /><span style="color: #6aa84f;">Metal Contra as Nuvens - Legião Urbana</span></span><br />
<br />
Ela o aguardava ansiosamente. Havia uma inquietação naquele reencontro que ela não conseguia entender.<br />
Ele chegou e buzinou, ela não o deixou entrar por que estavam atrasados, ele não comentou mas demorou pois estava convencendo-se a ir.<br />
Ela entrou no carro já reclamando da música, que ele aumentou só de pirraça e começaram a conversar. <br />
Ele não entendia como era tão fácil falar com ela. <br />
Ela não entendia como era tão fácil ouvi-lo. <br />
<br />
Chegaram ao cinema faltando um bom tempo. Ela achou que era mais longe, ele só riu e perturbou por causa da sua falta de localização. <br />
Andaram de forma descompromissada. Ele falando pelos cotovelos e ela apenas sorrindo e ouvindo. Quando ela falava, ele prestava total atenção, porem seus olhos pareciam entrar pelos olhos dela e visitar a sua alma, o que a deixava desconcertada e fazia com que se perdesse no assunto.<br />
Ela não entendia como era difícil lê-lo e se sentia constrangida por aqueles olhos conhece-la tão bem.<br />
<br />
Ao entrarem no cinema, ele a cutucou fazendo-a rir.<br />
Ela quis segurar-lhe a mão, mas sentiu que ele não queria.<br />
Ele percebeu a vontade dela, mas resistiu, pois sentiu que não devia.<br />
<br />
Ela saiu mais falante do filme. <br />
Ele pagou umas bebidas.<br />
Ela ficou mais risonha e ele mais aberto.<br />
Ela deixou ainda mais clara suas vontades.<br />
Ele se afastou com medo de não conseguir evitar.<br />
<br />
Ele a levou de volta com o mesmo espirito que a buscara.<br />
Ela demorou a descer, pois sempre foi difícil dizer tchau pra ele.<br />
<br />
Ela fechou a porta na certeza que aquilo não existia.<br />
Ele se foi na certeza de que aquilo tinha apenas começado.Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5287139075343807546.post-85028340296090540522012-11-21T00:10:00.004-02:002012-11-22T22:50:09.417-02:00Mudanças...Elas
estavam sentadas, uma de frente para outra, sem mais a antiga aproximação. Pareciam
duas estranhas, mas guardavam o carinho de anos anteriores e por isso gostavam
de se encontrar. <br />
- Pelo que vejo você esta bem! Fico muito feliz!<br />
- É estou. Quem diria...<br />
- ... noiva de um programador...<br />
- é – sorriu – você viu? – mostrou o anel<br />
- Vi sim. Muito bonito, mas nunca achei que ele fosse o seu estilo...<br />
- Ah, eu também não, mas a gente muda...<br />
- Principalmente depois do encantado...<br />
As duas começaram a rir<br />
- Você se lembra dele? Ai ai... e pensar que depois de tudo, descubro que era
gay.<br />
- Bem gay! Mas eu já desconfiava e teria te avisado se não tivéssemos... <br />
Ficaram em silencio e só se entreolharam, um sorriso amarelo surgiu nos lábios<br />
- Ah, mas as coisas mudam<br />
<br />
- Ouvi dizer que desistiu daquela franquia, mas você sempre quis ter um negocio seu, o que aconteceu?<br />
- A vida deu algumas voltas e apareceram outras prioridades, com o casamento, casa, muita coisa para arrumar e pagar e ai, por fim, me vi comprometendo todo o dinheiro que tinha separado para isso. Mas não me arrependo, afinal não tenho pressa.<br />
- É as coisas mudam...<br />
<br />
- E o seu livro? Saiu?<br />
- Não, ficou só no mundo das ideias – sorriu sem graça – E a sua viagem?<br />
- Ah, agora não sei – indicou o anel – as coisas mudaram<br />
- Mas ele vai junto, oras. Passear sem rumo pela América Latina sempre foi seu
sonho...<br />
- Ele não tem wanderlust<br />
- Jura?! <br />
- Mas um dia faremos algo assim, só que de uma forma mais comum... <br />
<br />
O silêncio perdurou por alguns minutos. Elas se entreolharam, buscando algo para continuar, algum assunto em comum, mas eram tão diferentes agora, a unica coisa que as unia era a sensação de liberdade que a companhia transmita.<br />
<br />
- Você viu minhas fotos?<br />
- Vi sim, são lindas. Sempre te disse que era fotogênica, mas nunca gostou de
tirar fotos – sorri – fiquei feliz que mudou de ideia.<br />
- Não que tenha mudado totalmente, mas... – esboçou um sorriso<br />
Olhos severos a encararam <br />
- Já não me reconheço...<br />
<br />
O barulho de passos na escada a despertou.<br />
- Querida, estamos atrasados. – olhou para o quarto e ela estava sentada
olhando para o espelho e vestindo um roupão – ainda não se trocou? Vamos logo ou
perderemos a reserva.
<br />
<br />
Ela olhou para frente e desta vez viu apenas seu reflexo, sorriu para si mesma <br />
- As coisas mudam...Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5287139075343807546.post-4278307613976734492012-07-16T23:04:00.001-03:002012-07-16T23:04:37.265-03:00Sem drama e sem dorE então eu desisti. <br />Simples assim.<br />Sem o drama.<br />Sem a dor.<br />Sem a ausência.<br />Sem o fugir.<br />Sem o fingir.<br />Só desisti. <br /><br />Cansei de quem só me quer madura. Cansei de quem só me quer quando estou calma. <br />Sou uma bagunça. Sou confusa. Sou mimada. Sou birrenta.<br />Sou cheia de tramas e cheia de cantos escuros.<br /><br />Se não quer ver isso, não posso obrigar.<br />Mas por mim... eu desisto. <br /> Desisto de deixar você entrar.<br /><br />De resto?<br />De resto vamos levando.<br />Você não percebendo e eu me afastando.<br />Sem o drama e sem a dor....Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5287139075343807546.post-1801643150299846592012-07-13T23:35:00.003-03:002012-07-13T23:46:35.156-03:00Uma dose ou duas<span style="color: #38761d; font-size: x-small;">"One just escapes<br />One's left inside the well<br />And he who forgets<br />Will be destined to remember"<br />Nothingman - Pearl Jam</span><br />
<br />
Sexta feira.<br />
Como te detesto. <br />
Detesto como uma amante amargurada. Espero-te a semana toda, mas quando chega só me trás dor e lembranças. Lembranças que são alimentadas pelos encontros de casais na fila do metro, nas portas de prédios, dentro dos bares. Ver essa felicidade, essa cumplicidade, esses sorrisos bobos... só torna tudo mais difícil. <br />
Fujo para dentro de um bar, um clássico “beira de estação”:<br />
Cinza, sujo e velho. <br />
Sento no lado mais longe da porta possível, peço um rabo de galo e viro num gole só. <br />
O vermute e a cachaça dançam suavemente na minha garganta, meu corpo pede mais um. <br />
O segundo já não tem o mesmo sabor, desce como uma bola de fogo. A sensação de nuvens sobe a cabeça e o sangue ferve por todo meu corpo. <br />
Deixo uns trocados sobre o balcão e saio com a cabeça enuviada e cheio de coragem para encarar o frio, encarar a sexta e principalmente encarar a volta pra casa sem você.Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5287139075343807546.post-31085883201009803302012-04-27T22:40:00.000-03:002012-06-05T15:37:18.028-03:00Sinto falta...Sinto falta do cheiro que deixa em meus lençóis.<br />
Sinto falta da sua cara de sono quando acorda e do abraço apertado para eu não levantar.<br />
Sinto falta do beijo sonolento antes de dormir e das mãos afoitas ao acordar.<br />
<br />
Sinto falto do seu sorriso.<br />
Sinto falta da sua voz.<br />
Sinto falta das cocegas que me deixam sem ar.<br />
<br />
Sinto falta dos resmungos<br />
Sinto falta dos murmúrios<br />
<br />
E o que mais sinto falta é de não sentir falta<br />
É ser completa. Só com você <br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5287139075343807546.post-53552480717223814282012-01-26T21:57:00.000-02:002020-02-19T18:48:33.565-03:00.~. Verão .~.Dele<br />
<br />
O rapaz sentou na areia enquanto seus amigos faziam a já tradicional corrida ate a água, não podia participar, pois fora selecionado pelo azar a cuidar das coisas na areia. Passou os olhos para dar a averiguada nas moças que estavam por perto. Então a viu. <br />
Sua pele era tão branca que quase brilhava ao sol, os cabelos escuros e ondulados lhe caiam ate o meio das costas deixando apenas o lacinho aparecer em meio às madeixas, seu biquíni era liso, num verde militar que ressaltava a cor alva de sua pele e lhe daria uma característica recatada se não fosse o pequeno tamanho das peças. Ela se esticou como se tentasse pegar o sol, o coração dele ate bateu mais rápido, ela se movimentava com graça, como se cada movimento fosse calculado numa dança. Esquadrilhou cada pedaço. Notou cada detalhe: da tatuagem em forma de ramo que saia do pé e subia torcida pelo tornozelo e panturrilha ate a forma como o cabelo se mexia com o vento. E num súbito a garota virou. Cruzaram olhos, sua vontade era desviar o olhar, mas aqueles olhos castanhos o pegaram. E ela não o olhou com aversão, estreitou os olhos e sorriu como se tivesse gostado de ver que ele a tinha notado. O rapaz desmontou ao ver aquele sorriso, se preparou para levantar, porém num susto seus amigos chegaram lhe espirrando respingos de água gelada o tirando do transe. Ele se virou para xinga-los e reclamar, mas assim que olhou de volta foi como se guarda-sóis tivessem se materializado na sua frente. Não a via. Nem conseguia ver buraco naquele aglomerado. <br />
A raiva lhe ferveu o sangue!<br />
Por que não se afogaram?! Por que vieram lhe tirar daquele sonho?! E como era possível alguém sumir assim? <br />
Não conseguia acreditar na sorte e no azar que tivera. Seus amigos começaram a falar sem parar o deixado ainda mais irritado. Queria pensar e achá-la e aquele barulho todo o distraia. <br />
- Vou pegar uma água de coco. <br />
- Aaahhh que isso?! Aqui tem cerveja. <br />
- Não! Água de coco. – se levantou e pode ouvir seus amigos fazendo piadas e agradeceu por isso. Desta forma nenhum deles resolveria segui-lo e assim, quem sabe, poderia encontrá-la.<br />
Chegou ao quiosque e pediu distraidamente a água, virou-se para a praia e seus olhos começaram a varrer o lugar. Ela tinha que estar lá. <br />
Esbarrou o cotovelo em alguém e virou-se rapidamente para se desculpar. Foi como se tivesse caído um raio. Os inconfundíveis olhos castanhos e o sorriso encantador e instigante estavam ao seu lado. Não conseguiu pronunciar uma palavra e ouviu a voz doce dela:<br />
- Olá, estranho.<br />
<br />
Dela<br />
<br />
Há tempos não sentia o sol. Brincou com os dedos na areia e sentiu a velha cócega que fez tanta falta. Aqueles anos na Suíça por causa dele tinham sido ótimos, mas não havia praia ou sol no mundo como aquele. Era essa sensação que queria sentir. Sentia-se em casa, principalmente agora que estava sozinha, era isso que queria. Isso e uma boa companhia para a noite. Uma não. Uma para cada noite como prometeu para suas amigas. Nada como noites ocupadas para livrar a mente. <br />
Inspirou longamente aquele ar quente e se espreguiçou destravando alguns nós na coluna. <br />
Apesar de tudo o que sofreu com aquela separação era ótimo estar ali.<br />
Sentiu como se alguém a observasse, virou-se e deparou com um par de olhos, um olhar que a tempo não recebia. Sorriu para o rapaz e achou graça de como o desconcertou. Pensou consigo mesma: <br />
- Vamos começar por ele.Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5287139075343807546.post-63823648580840502512011-11-05T16:51:00.005-02:002018-02-19T11:01:20.650-03:00Duas doses de geléia, por favor.<div style="color: #38761d; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">
<span style="font-size: x-small;">"I used to be on an endless run.</span></div>
<div style="color: #38761d; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">
<span style="font-size: x-small;">Believe in miracles 'cause I'm one.</span></div>
<div style="color: #38761d; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">
<span style="font-size: x-small;">A have been blessed with the power to survive.</span></div>
<div style="color: #38761d; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">
<span style="font-size: x-small;">After all these years I'm still alive."</span></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="color: #38761d;">I Belive In Miracles - Ramones </span></span></div>
<div style="text-align: center;">
Dia 03/11 - Contemplando o show </div>
<div style="text-align: center;">
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<a href="http://2.bp.blogspot.com/-lRMwkysB8Po/TrWERU2g_sI/AAAAAAAAAOs/IFuTxQGr2oE/s1600/1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://2.bp.blogspot.com/-lRMwkysB8Po/TrWERU2g_sI/AAAAAAAAAOs/IFuTxQGr2oE/s200/1.jpg" width="200" /></a></div>
A noite estava fria porem a esperada chuva não veio, mas o vento se encarregou de castigar a arquibancada meio vazia do estádio do Morumbi gelando os ossos . Um publico reduzido porem não menos ansioso e animado esperava a voz rouca de Eddie Vedder.<br />
<br />
O frio foi levemente espantado pela banda punk X, que apesar dos seus acordes poderosos e o bem alternado vocal masculino e feminino, animou por um tempo fazendo o publico voltar ao tédio da espera em poucos minutos. Deixaram o palco por volta das 20:15 e a gana pela galera de Seattle só aumentou, mesmo embalada por musicas suaves no estilo Charlotte Gainsbourg.<br />
<br />
20:45....21....21:10 e nada. Pearl Jam estava atrasado e o frio castigando.<br />
<br />
21:15 começou um piano forte, as luzes do estádio ainda acesas e as pessoas começam a se olhar. A voz rouca do Eddie encheu o estádio, as luzes apagaram e <i>Realease</i> fez o povo enlouquecer. A arquibancada azul tremia o povo pulava e gritava, emendou com <i>Corduroy</i> (a musica de entrada do show de 2005) e <i>Why Go</i>, fazendo o publico lançar os braços em direção ao palco. Arrebatou o publico com <i>World Wide Suicide</i> e emendou com a recente <i>Got Some</i> dando uma pausa para os fãs menos interados respirarem, porem por pouco tempo já que na sequencia lançou um <i>Even Flow</i>, fazendo novamente a arquibancada tremer e a pista delirar.<br />
<br />
Mostrou-se simpático tentando ler um texto em português, mas seu português chega a ser pior que seu inglês de sotaque estranho, mas fez todos admirarem a simpatia e esforço do vocal e recebeu de volta o coro “Ole, Ole Ole Ole... Pearl Jam...Pearl Jam...” <br />
Alternando entre menos conhecidas, como <i>Whipping</i>, hits, como<i> Daughter </i>e novas como <i>Ole</i> e <i>The Fixer</i>, fecharam a primeira parte do show com <i>Do The Evolution</i> e <i>Porch</i> fazendo todos gritarem a plenos pulmões.<br />
<br />
Eddie apresentou a banda e sairam do palco, voltando algo em torno de um minuto após para o bis com as musicas de encher a alma <i>Elderly Woman Behind The Counter In A Small Town</i>,<i> Just Breathe</i> e <i>Come Back</i>. Contou uma historia sobre sua relação com o Ramones e dedicou o cover <i>I Belive in Miracles</i> à Johnny e fechou esse bis enlouquecendo a todos com <i>Alive</i>.<br />
<br />
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Novamente deixaram o palco e voltaram com <i>Comatose</i>. <i>Black</i> tirou lagrimas e <i>Better Man</i>, particularmente, entrou diretamente no meu coração.<i> Rearviewmirror</i> acabou com as ultimas força do publico e já com as luzes acesas o famoso cover de Neil Yong <i>Rockin’ in the free World</i> fechou o primeiro dia de apresentação da banda grunge mais simpática do cenário musical, deixando a sensação de "faltou alguma coisa" já que não cantaram seu maior hit <i>Jeremy</i>, mas a esperança é a ultima que morre e ainda resta a apresentação de sexta.<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5287139075343807546.post-57042611324486236292011-07-30T12:44:00.005-03:002011-07-30T15:42:36.433-03:00Rocklate<div style="background-color: white; color: #38761d;"><span style="font-size: x-small;">"Bwana Bwana<br />
Não sei cozinhar<br />
Mas sou carinhosa<br />
E tenho talento<br />
Prá boemia<br />
Corre sangria<br />
Nas minhas veias<br />
Volúpia!..."</span></div><div style="background-color: white; color: #38761d;"><span style="font-size: x-small;">Bwana - Rita Lee</span></div><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-fYjfALEssTA/TjRMQjIIp8I/AAAAAAAAAOY/yeIZx8P4FL0/s1600/278490_10150271680404362_102344484361_7406523_7745844_o.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="133" src="http://2.bp.blogspot.com/-fYjfALEssTA/TjRMQjIIp8I/AAAAAAAAAOY/yeIZx8P4FL0/s200/278490_10150271680404362_102344484361_7406523_7745844_o.jpg" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;">Foto: Carol Mendonça.</span></td></tr>
</tbody></table>Sexta feira (29/07) começou o 7º festival do chocolate em Ribeirão Pires (para quem não está acostumado a geografia de Avalon e região, Ribeirão fica a <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ribeir%C3%A3o_Pires">20m a sudoeste da toca da Laracna</a> enfim: interior e longe) e para abrir a festa o primeiro show foi o da rainha do rock brasileiro: Rita Lee. <br />
<br />
Tenho um caso especial com a vovó de cabelos vermelhos já que minha criação musical se alternou do rock progressivo de Pink Floyd com o brasileiríssimo de Rita Lee, ela é tão “dá casa” que fomos todos e mais alguns agregados (também com suas famílias) ver aquela que se auto intitula irmã gêmea de Ozzy.<br />
<br />
A primeira impressão já foi fantástica. Não posso deixar de elogiar a organização do evento, mesmo correndo o risco de estar sendo precipitada já que estamos falando de 1º dia e de um show não muito popular. O festival se assemelha a uma quermesse bem montada e organizada com revista policial com aqueles negocinhos de ver se a pessoa tem alguma arma ou não na entrada e não estava estupidamente cheio sendo possível transitar pelas barraquinhas e ate comer algum lanche sem pegar tanta fila. Quando a pessoa decidia que ia para a arena onde aconteceria o show, passava por outra portaria mas essa só para entregar o ingresso e ganhar uma pulseirinha (daquelas tipo de hospital e que é um inferno para tirar do pulso) e que dá um livre acesso para entrar e sair da arena. Outro ponto que achei muito bom foi a sessão reservada para idosos e deficientes, ficando no fundo, porem num patamar mais elevado como se fosse uma arquibancada e com cadeiras para ninguém ficar de pé e mesmo assim conseguir ver o show. Nota 10.<br />
<br />
Mas vamos ao que interessa: <b>Rita Lee.</b> <br />
<br />
A arena estava com uma lotação média e não era tão grande a ponto de ser fácil ver bem o palco a distancia. Poucas pessoas altas, nada muito lotado e uma noite gostosa: tudo condizendo para um bom espetáculo. O show estava marcado para as 9pm e ela não se atrasou (pelo menos não o atraso deselegante), começou com “Agora só falta você” seguida de “Vírus do amor” que fez com que apenas os conhecedores da Rita perdessem a voz. Tocou “Saúde” e “Bwana” e quando todos achavam que ela não ia incendiar o lugar surgiu “Ti ti ti” fazendo o coro ecoar e todos que pareciam envergonhados de assumir a idade começassem a cantar sem medo. Rita brincou com a idade desta musica fazendo todos rirem e emendou uma versão de “A Hard Day´s Night”. Casais dançaram ao som de “Banho de espuma” e o publico cantou “Doce Vampiro” sendo nesta ela ter dado uma pausa e deixado só o os presentes cantarem a plenos pulmões o seu refrão. Fez o chão tremer com “Ovelha negra” e os solos incriveis de Roberto de Carvalho que prova, como se precisasse, que é um monstro na guitarra. Ela resolveu dar uma descansada e contar a historia de sua vida tirando algumas gargalhadas em partes como “Meu pai disse: Aqui em casa ou se estuda ou se trabalha. Mas não se faz musica, por que musica não é nenhum dos dois. Então eu disse ‘Você está certo. Vou fazer música’” e “Mas faltava um ovelho negro. Foi quando eu conheci um carioca moreno gostoso” apresentando o Roberto de Carvalho e foi ate o final de sua “vida” citando o filho (e também guitarrista) Beto Lee e neta. Deu a respirada e cantou “Lança Perfume” fazendo a graça do “Obrigada Ribeirão Pires”, porem voltou para um bis com “Flagra” e com uma cobra no pescoço fechou a noite ao som de “Erva Venenosa” deixando o seu publico bem heterogêneo satisfeito e feliz.<br />
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<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-TaIP3DU-_4U/TjRMVG4TsII/AAAAAAAAAOc/7EzmEnoObaI/s1600/286042_10150271680444362_102344484361_7406524_4406757_o.jpg" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="133" src="http://2.bp.blogspot.com/-TaIP3DU-_4U/TjRMVG4TsII/AAAAAAAAAOc/7EzmEnoObaI/s200/286042_10150271680444362_102344484361_7406524_4406757_o.jpg" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;">Foto: Carol Mendonça</span></td><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br />
</td><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br />
</td><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br />
</td><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br />
</td></tr>
</tbody></table>Apesar das pausas para respirar e momentos que pareciam ser completamente desnecessários como um cover do Michael Jackson dançando “I’m bad” Rita Lee em sua 1h40m de show agradou e deixou aquela vontade de ver de novo um show desta “dinossauro do rock”.<br />
<span style="font-size: xx-small;"><br />
</span><br />
<span style="font-size: xx-small;">Fotos retiradas da pagina oficial da Rita Lee no <a href="http://www.facebook.com/ritalee.oficial">facebook</a>.</span>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5287139075343807546.post-89315148457745672152011-04-24T23:04:00.005-03:002020-02-20T14:22:26.350-03:00Crème Brûlée<div style="color: #38761d;">
<span style="font-size: x-small;">"Y ahora que estás aqui<br />
Yo de nuevo soy feliz<br />
Pude entender que eras para mi</span></div>
<div style="color: #38761d;">
<span style="font-size: x-small;">Dejame quererte tanto, que te seques con mi llanto<br />
Que se nuble cada cielo y que llueva hasta hacer charcos<br />
Déjame besarte tanto, hasta que quedes sin aliento<br />
Y abrazarte con tal fuerza que te parta hasta los huesos"</span></div>
<span style="color: #38761d; font-size: x-small;"> Quiero - Shakira</span><br />
<br />
A nostalgia a trouxe àquele restaurante, já haviam passado 7 anos desde a ultima vez e, para sua surpresa, não doeu voltar. Sentou em uma mesa que estava do lado de fora, já que não fazia frio como da ultima vez, e esperou o garçom enquanto seus olhos reconheciam algumas coisas e se acostumava com as mudanças, quando cruzou olhares com olhos castanhos tão difíceis de esquecer. Ele estava lá. Tinha certeza, mesmo por aquele breve segundo ela o reconheceu. Ele dentro, ela fora. Seu coração bateu mais forte e, sentiu o frio na boca do estômago, quando ele abriu a porta e sorriu para onde ela estava. <br />
- Oi. <br />
- Oi. <br />
O coração fazia uma sinfonia dentro do peito. <br />
- Quanto tempo. <br />
- É, faz mesmo... quer sentar? Isso, é claro, se não estiver acompanhado... – a voz de expectativa não deixava nenhuma dúvida. <br />
- Não, não estou <br />
O rosto corou e ele sentou também com o coração fazendo a mesma sinfonia em seu peito. <br />
- E a... – sentiu uma dor insuportável só de lembrar da existência dela<br />
- Não! Já terminamos... faz tempo... – E o...<br />
- Também não deu certo. <br />
<br />
...<br />
<br />
- Chegou faz tempo? Vi sua mãe semana passada e ela não me disse nada. <br />
- Cheguei na terça. <br />
- Ah... e ficará por aqui? – ele cruzou os olhos com o dela rezando para ela não notar o interesse dele nisso. <br />
- Sim, estou voltando. – o coração dele quase doeu de tanta felicidade – Sentia muita falta daqui, da minha família, dos meus amigos... – e de você, completou na mente. <br />
- Hun... – sorriu acanhado. – Também sentimos muito a sua falta por aqui. <br />
<br />
...<br />
<br />
- Minha mãe me mandou uma foto da Julia, ela esta enorme, né?!<br />
- Sim, aquela garota esta cada vez mais esperta, dará muito trabalho para o meu irmão. <br />
- Se puxar a madrinha....<br />
Ela riu e a tensão quebrou. Começaram a conversar sobre as novidades em suas vidas, como foi no Canadá, como tinha sido em Tocantins, ela tinha ficado de cama por causa de uma pneumonia, ele tinha pego malária... Falaram sobre filmes e sobre a mania dela de não gostar do Almodóvar... livros... amenidades... e a noite passou e eles comeram, beberam, conversaram e riram como há anos não riam e quando se encostavam quase sem querer instantaneamente seus corações batiam na mesma frequência acelerada. <br />
<br />
Chegou o crème brûlée e, como espelhos, quebraram a casca com um sentimento triste que acompanha o final de uma noite boa. <br />
<br />
Ele se levantou e gentilmente se ofereceu para pagar a conta, nesse tempo uma das garçonetes se aproximou. <br />
- Fico feliz que você finalmente apareceu.<br />
- Oi?!<br />
- É, desculpa a minha intromissão, mas não pude me conter. Esse moço vem todos os anos, no mesmo dia, senta e espera. E hoje você chegou. Fico feliz que você não seja só uma lembrança triste.<br />
<br />
O coração dela quase saiu pela boca, seu estômago deu voltas. Ele se lembrava do primeiro encontro.<br />
<br />
Ela ainda estava retornando ao normal quando sentiu a mão dele a conduzindo docemente para fora. Ele não queria ir, ela não queria ir. Ele ofereceu carona, ela recusou. Já tinha chamado um táxi. Despediram-se com a promessa de sempre de repetir aquela noite. Ela passou o número novo e perguntou se ele tinha mudado o dele. Não, ele manteve o mesmo, afinal ela saberia onde achá-lo. <br />
<br />
Assim que ela entrou em casa mandou um recado. <br />
“Sim, eu também me lembro e ainda te amo” <br />
<br />
No outro canto da cidade um coração bateu de forma eufórica.Unknownnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5287139075343807546.post-2013709220970621362011-03-20T11:58:00.014-03:002011-11-01T23:38:10.452-02:00Latinidade e garoa em SP<span style="font-size: 85%;"><span style="color: #006600;">"'Cause I'm a gypsy</span><br />
<span style="color: #006600;"> Are you coming with me?</span><br />
<span style="color: #006600;"> I might steal your clothes</span><br />
<span style="color: #006600;"> And wear them if they fit me</span></span><span style="color: #006600; font-size: 85%;"><br />
I don't make agreements</span><span style="color: #006600; font-size: 85%;"><br />
Just like a gypsy</span><span style="color: #006600; font-size: 85%;"><br />
And I won't back down</span><span style="color: #006600; font-size: 85%;"><br />
'Cause life's already bit me"</span><span style="font-size: 85%;"><span style="color: #006600;"><br />
Gypsy - Shakira</span></span><br />
<br />
<div><a href="http://2.bp.blogspot.com/-JixTTTZKUjI/TYZ6KELdKTI/AAAAAAAAAMg/9y8vO7110dk/s1600/19032011672.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5586286701138749746" src="http://2.bp.blogspot.com/-JixTTTZKUjI/TYZ6KELdKTI/AAAAAAAAAMg/9y8vO7110dk/s200/19032011672.jpg" style="cursor: pointer; float: left; height: 150px; margin: 0pt 10px 10px 0pt; width: 200px;" /></a>Foi um sabado feio de garoa interminavel mas mesmo assim o Morumbi estava lotado e todos esperando uma só pessoa: Shakira. </div><br />
<div>O que era um festival pop, acabou se tonando o show da colombiana com varias atrações, tipo um Shakira e os outros, não que isso tenha sido ruim afinal deu uma tranquilidade na hora de entrar que só chegamos no estádio no final do show do Ziggy Marley sem fila travada, sem empurra empurra, sem pressa. </div><br />
<div>O estadio estava lindo. As arquibancadas todas escuras e algumas pessoas com uns laços/tiara brilhantes/piscantes dando um colorido todo animado. Escolhemos um lugar - óbviamente longe - mas sem grandes aglomerações e que se fizessemos movimentos dignos de ballet boshoi conseguiamos ver um pequeno ponto lá no fundo e esperamos.<br />
<br />
A chuva apertou e a colombiana chegou envolta num pano rosa super gagaista andando no corredor entre o publico e o palco, cantando <span class="linkdestaque">"Pienso en ti" e enchendo meu coração de esperança e nostalgia de estoy aquí.<br />
Mas rapídamante saiu de 96 e voltou as musicas mais recentes. Dançou, rebolou e mostrou um pop todo rock enquanto sensualizava com o mastro do microfone numa calça de couro justissima.<br />
Agitou o estadio com a "</span><span class="linkdestaque">Whenever, Wherever" e </span><span class="linkdestaque">terminou essa parte mais "rock" </span><span class="linkdestaque">com "Inevitable".<br />
<br />
Voltou com uma saia cigana e toda a latinidade na veia numa apresentação de flamenco de tirar o folego. Fez uma versão toda dela para "</span><span class="linkdestaque">Nothinhg Else Matters" e ficou sem ação quando numa pausa de "Gypsy" o povo pediu, implorou e gritou em coro "Estoy aquí", pedido não atendido o show continuou com todo o rebolado improvavel em "</span><span class="linkdestaque">La Tortura" e com a fofa de dar uma aquecida no coração "Sale el sol" na qual, num ato de simbolizar a libertação do</span><span class="linkdestaque"> peso da alma, rasgou sua blusa num momento "Ui que susto".<br />
<br />
Voltou </span><span class="linkdestaque">mais pop e fez o Morumbi pular com "</span><span class="linkdestaque">Loca", uivar com "She Wolf" </span><span class="linkdestaque">e estarrecer com "Ojos Así", abraçou a bandeira do Brasil e deu tchau.<br />
<br />
</span><a href="http://3.bp.blogspot.com/-npTUrKsWs3s/TYZ5cvPAhcI/AAAAAAAAAMY/ietdYEtVgU8/s1600/19032011675.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5586285922422392258" src="http://3.bp.blogspot.com/-npTUrKsWs3s/TYZ5cvPAhcI/AAAAAAAAAMY/ietdYEtVgU8/s200/19032011675.jpg" style="cursor: pointer; float: right; height: 200px; margin: 0pt 0pt 10px 10px; width: 150px;" /></a><span class="linkdestaque">Voltou alguns minutinhos depois para derrubar o estadio com </span><span class="linkdestaque">"Hips Don't </span><span class="linkdestaque">Lie" e "Waka Waka</span><span class="linkdestaque">". Se despediu de vez e se foi, deixando para tras um publico contente e dançante.<br />
E pra mim, fez com que eu gostasse ainda mais dela, mostrando toda a sua simpatia e que um show pop não precisa de megas produções, com explosões e dançarinos mil, só precisa de uma pessoa que tenha simpatia contagiante, um rebolado hipnotizante e que saiba animar um estádio. Fácil, não?!<br />
<br />
</span> </div><div></div><div style="text-align: right;"><span style="font-size: 78%;">(fotos, </span><span style="font-size: 78%;">imagem pós show e chuva e </span><span style="font-size: 78%;">companhia mais que agradavel de @Ruh_Dias) </span></div><div></div>Unknownnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5287139075343807546.post-24939605985267125992010-11-22T19:35:00.005-02:002010-11-23T12:27:57.609-02:00Let It Be<span style="COLOR: rgb(0,102,0);font-size:85%;" >"And in my hour of darkness<br />She is standing right in front of me<br />Speaking words of wisdom, let it be.<br />Let it be, let it be.<br />Let it be, let it be.<br />Whisper words of wisdom, let it be."<br />Let it be - The Beatles</span><br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/_xG60M1XINDo/TOrzIJn0GqI/AAAAAAAAALU/SCklo9ClK1s/s1600/01.JPG"><img style="MARGIN: 0pt 10px 10px 0pt; WIDTH: 200px; FLOAT: left; HEIGHT: 150px; CURSOR: pointer" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5542509612780231330" border="0" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_xG60M1XINDo/TOrzIJn0GqI/AAAAAAAAALU/SCklo9ClK1s/s200/01.JPG" /></a>Não sou muito fã do cara, tenho todo o respeito pelo "conjunto da obra" mas não fã e nem tão pouco sou rata de shows e por esses e mais varios motivos ate eu mesma estranhei quando topei ir, mas gostando ou não: Paul McCartney é Paul McCartney e ir no show dele, que aconteceu nesse domingo, não foi mais uma escolha impulsuva e sim um escolha certeira.<br /><br />Contrariando os acampadores, chegamos ao estádio do Morumbi poucos minutos antes de abrir os portões e mesmo assim ficamos perto do limite que separava a enorme pista premium da pista comum, escolhemos um canto e ficamos por ali para uma espera de “apenas” 4h já que o Sir, provando ser um legitimo cavaleiro da rainha, não atrasou. O dia estava sendo amaldiçoado pelos invejosos e pela previsão do tempo, mas quem resistiu a John Lennon - que por mais transcendental e brilhante que fosse deveria ser um chato - tem corpo fechado e o clima delicioso se estendeu pelo dia, que fez com a que espera, apesar de longa, fosse suportável e a noite tivesse ventos frios para resfriar um pouco o calor humano da multidão.<br /><br />As 4 horas se tornaram uma eternidade por que não houve nenhuma banda de entrada, que por mais Roupa Nova que fosse, cairia bem alguma coisa para podermos reclamar enquanto o Paul não chegava.<br /><br />Então depois de muita espera, pernas cansadas, olhadas feias para o povo que resolvia passar a frente e risadas o Sir entra no estádio vestindo a sua melhor copia de Roberto Carlos com aquele terno azul. Ai foi só sentir a musica reverberando no esterno e pular/gritar. Foram mais de 2h seguidas com um Paul e banda super simpáticos fechando a primeira parte com <em>"Let it Be", "Live and let die"</em> e<em> "Hey Jude",</em> um combo de parar o coração.<br />Depois quase 1 h de vai e vem: voltando para mais 3 musicas e fingindo que seria definitivo com <em>"Get Back"</em> e depois para o fim definitivo com <em>"Yesterday", "Helter Skelter"</em> e a fantástica<em> "Sgt. Pepper</em>". O show acabou e eu estava arrepiada.<br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://3.bp.blogspot.com/_xG60M1XINDo/TOrzkWwlTSI/AAAAAAAAALc/Vxm6QFR0q_Y/s1600/HPIM1569.JPG"><img style="MARGIN: 0pt 0pt 10px 10px; WIDTH: 200px; FLOAT: right; HEIGHT: 150px; CURSOR: pointer" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5542510097343008034" border="0" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_xG60M1XINDo/TOrzkWwlTSI/AAAAAAAAALc/Vxm6QFR0q_Y/s200/HPIM1569.JPG" /></a><br />Para mim Paul McCartney provou por que é o <span style="FONT-WEIGHT: bold"><span style="FONT-STYLE: italic">Paul McCartney</span></span>. Não é apenas um cara que fez muito sucesso com a banda de jovens cabeludos e só, provou que aos 68 anos ainda sabe fazer um show de 3h de duração, levantar um estádio inteiro e deixar um gosto de quero muito mais que mesmo para mim, uma não fã, passaria sem reclamar mais 4h de pé esperando.Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5287139075343807546.post-45840119532757078152010-11-09T21:37:00.010-02:002022-08-02T17:07:24.203-03:00...~ Outono ~...<!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:punctuationkerning/> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:ignoremixedcontent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:alwaysshowplaceholdertext>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> <w:dontgrowautofit/> </w:Compatibility> <w:browserlevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> </w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:latentstyles deflockedstate="false" latentstylecount="156"> </w:LatentStyles> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:10.0pt; font-family:"Times New Roman"; mso-ansi-language:#0400; mso-fareast-language:#0400; mso-bidi-language:#0400;} </style> <![endif]--> <p class="MsoNormal">A moça chegou em casa ainda com o pôr do sol. Eram raros os dias que aquela iluminação laranja a levava ate a porta e isso a fazia sorrir por dentro, um sorriso que a tempos não aparecia e que sumiu no mesmo momento em que pisou na sala.<br />A casa estava escura e com aquele cheiro abafado de ter passado o dia todo trancada, porem o que mais a incomodava era a ausência.<br />Fazia algumas semanas que ele se fora mas se ela fechasse os olhos ainda podia sentir o calor daquele outro corpo, que tantas vezes pareceu ser continuação do dela, espalhado pela sala e o sentimento era reforçado pela pilha de coisas dele ao lado da porta.<br />A 1º foto juntos, ele bêbado e ela com um cabelo horrível, o quadro do Star Wars, que gerou tantas brigas antes de ser pendurado do lado oposto ao da Audrey Hepburn, o vinil do Ten, que os embalou em varias tardes de domingo, juntamente com uma camiseta desbotada do Ramones, que também estava na pilha. Inúmeras recordações que ela simplesmente não podia jogar fora mas recordações que a faziam perambular pelo cômodo sem rumo, como se ali não fosse mais sua casa e ela tivesse que reencontrar seu canto, seu lugar, seu lar.<br />Essa angustia a deixava claustrofóbica e num ímpeto abriu a porta balcão que dava para a varanda.<br /><br />Uma brisa gelada e os raios alaranjados entraram reivindicando o espaço tantas vezes negado pelo pavor que ele tinha de abrir aquela porta e tomar um golpe de ar fatal, igual ao Brás Cubas.<br />A casa pareceu agradecer a energia do sol devolvendo, por um momento, o sentimento de lar que a moça buscava, ela, como se estivesse renascendo, respirou fundo deixando a ar gelado encher seus pulmões e chicotear seu rosto.</p><p class="MsoNormal">Agora era ela e só ela e por isso a varanda permaneceria aberta.</p>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5287139075343807546.post-85900876154990653602010-08-15T12:10:00.006-03:002010-08-15T14:08:37.748-03:00~ Reflexões ~Morava com eles, mas não os entendia. Não me entendam mal não estou julgando se são bons ou ruins só digo que não fazem sentido algum. Afinal porque levantar antes do sol nascer se não vai apreciá-lo? Ao invés disso resolvem jogar uma água sobre o corpo para retirar aquele odor que exalam, depois saem e só voltam após o por do sol, e pela cara que estão quando chegam devem ter perdido esse espetáculo também e posso apostar que não tiveram o prazer de sentir os raios quentes e iluminados em suas peles. Sentam-se em frente a uma caixa com luzes e sons e passam a olhar para ela por horas a fio, há também coisas boas como as comidas cheirosas que fazem e que tento roubar, mas às vezes eles só esquentam os pratos e comem mecanicamente. Às vezes recebem gente estranha, às vezes não.<br />Mas de todas as suas estranhezas a que mais me estarrece é quando a lua está no meio do céu, brilhando com centenas de estrelas em volta, ou seja, no melhor da festa, eles arrumam seus relógios barulhentos se enfiam debaixo dos cobertores e vão dormir. Dizem que são felizes com todas aquelas coisas que trazem para casa apesar de usar poucas delas e nunca aproveitarem o dia de verdade, não posso julga-los sobre isso, só que, sinceramente, entre a minha vida e a deles prefiro muito mais a minha, mas o que eu sei né?! Afinal sou apenas um gato.Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5287139075343807546.post-39419227640528639132010-05-16T23:57:00.004-03:002010-07-25T01:05:54.711-03:00CasteloEla suspirou e sentou sozinha a mesa pronta para encará-los.<br />Já fazia um bom tempo desde a última vez que se deparou com eles e achava que já estivesse forte o suficiente para não precisar fazer mais isso.<br />E eles foram chegando, um a um. Alguns conseguiram sentar, outros ficaram de pé e outros ficaram em cima de outros, quando por fim o ultimo se acomodou espremidinho, a sala estava cheia.<br />Todos contra ela e ela sozinha.<br />Quiseram acusá-la ao mesmo tempo, mas ela não ouviu nada, só via a movimentação frenética mas não havia som, os mais nervosos a cutucavam tentando lhe chamar a atenção e ela via apenas o vulto gesticulando e as bocas mexendo sem parar só que mesmo assim não entendia. Pensou que estivesse surda, inutilmente fez movimentos e gestos, mas nenhum deles queria ouvi-la, só falavam.<br /><br />"Inércia"<br /><br />A única coisa que ouviu. Tentou procurar entre todos quem conseguia falar ou quem ela conseguia ouvir, mas os rostos estavam mais agressivos, o que antes eram cutucões viraram puxões.<br />Seus olhos esquadrilhavam o lugar ate que observou um deles. Era menor, parecia ser bem mais novo que os outros. Estava sentado em uma cadeira, seus pés não alcançavam o chão e por isso ele os balançava enquanto observava o ritmo dos seus cadarços. Tirou os olhos dos pés e a encarou.<br />Olho no olho.<br /><br />"Inércia. É esse o seu medo"<br /><br />Todos os outros sumiram e na sala apenas restaram ela e aquele jovem e não conhecido fantasma.<br /><br />"Não uma situação de inércia que você teme. Você é batalhadora. Corre por todos os lados quando quer, abraça o mundo e um pouco mais, as vezes corre mais do que deveria ou ate precisaria. É uma lutadora, por isso não é dessa inércia que tem medo. Você tem medo da calma ai dentro" Tocou no peito da garota, no lugar do coração, e o frio tomou conta do corpo dela todo."é esse frio que você teme. Você não se apegava a ninguém e morre de medo de voltar a ser assim. Sua indiferença sempre foi o seu grande trunfo para encarar o mundo mas agora se tornou seu maior defeito. Você vê o mundo se fechar e apesar de ser confortável sabe que sentirá saudades do sol”<br />Ela deu uns passos para trás como se não acreditasse em uma palavra daquilo<br />“E não adianta essa cara de indignada. Você sabe muito bem que estou certo. Anda evitando pessoas com quem pode ser você mesma, prefere a companhia de todos que aceitam sua “máscara do dia”.<br />A garota recuou tentando fugir daquela realidade. Tentou gritar blasfêmias, tentou negar todas aquelas palavras, mas não saiu voz. Ela não podia negar aquilo, não ali. Não podia negar porque seria uma mentira e uma vez fez um acordo, com esses mesmos fantasmas, que seria sincera ao menos naquele lugar.<br />O jovem a circundou com um sorriso de deboche. “eu te disse. Você sabe que é esse seu medo. E deve ate saber como lutar contra isso, só que não quer"<br />"Eu quero, só não sei" A voz saiu rouca e arranhou sua garganta.<br />"Não sabe mesmo? Tem certeza? Que tal parar de fugir de quem quer te ajudar? Que tal abrir a sua alma a quem se mostra receptivo a recebê-la? Você esta sendo covarde e o pior, sendo NOVAMENTE covarde!"<br />A garota abaixou os olhos<br />"Só porque se machucou acha que agora é melhor se fechar? Quantas e quantas pessoas já sofreram? E ainda vivem e ainda se entregam e ainda são transparentes. Você está regredindo e sabe disso. Pare de tentar ser super, pare de tentar só pisar em terreno firme e novamente se abra. O céu é mais brilhante desse lado e você sabe disso.” O jovem afagou a cabeça da moça. "Tenha coragem, ao menos dessa vez."<br /><br />A garota continuou estática, de cabeça baixa e agora com um buraco no lugar do coração.Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5287139075343807546.post-15975195128630778782010-05-12T23:29:00.009-03:002010-07-25T01:11:30.110-03:00~ Inverno ~<span style="color: rgb(0, 102, 0);font-size:85%;" >"Waitin', watchin' the clock, it's four o'clock, it's got to stop<br />Tell him, take no more, she practices her speech<br />As he opens the door, she rolls over..<br />pretends to sleep as he looks her over.."<br />Better Man - Pearl Jam</span><br /><br />Era tarde da noite quando ele entrou. Entre tropeços, xingamentos abafados e risadas solitárias. Tentou não acordá-la enquanto entrava na cama, mas era desnecessário já que ela não havia pregado o olho. O vento gelado que se escondeu embaixo das cobertas enquanto ele entrava fez o corpo dela tremer espontaneamente, algo que ele notaria se não estivesse tão alto.<br />Não encostou seu corpo no dela, não por preocupação e sim por falta de vontade e ela se sentiu aliviada quando ele virou para o outro lado.<br />Ela não quis lhe perguntar nada, preferiu fingir que dormia e evitar mais uma briga e ele preferia chegar em casa depois que ela já estivesse dormido para não encarar mais uma discussão.<br />Ele se enchia de álcool e ela de remédio.<br />Para ela, a carência era ignorada com trabalho, chocolate e monografia e ele só se sentia realizado entre as pernas de outra.<br /><br />Em poucos minutos ele já estava dormindo e ela continuava acordada.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5287139075343807546.post-5247510875046292422009-09-06T22:09:00.011-03:002010-07-23T21:27:48.044-03:00.*. Primavera .*.<span style="color: rgb(0, 102, 0);font-size:85%;" >“Tengo un son repleto de ritmos y sentimientos…<br />Se te mete dentro como lo hace mi guitarra…<br />Como primavera lanza flores en tus alas…<br />Sal para la buena… ¡y te llenará de ganas!”<br />Hay un son - Orishas</span><br /><br />Nunca gostei muito do calor, mas considero esse tempo uma ode à vida desregrada, perde-se o sono e a fome, bebidas geladas, principalmente as alcoólicas, se tornam mais convidativas, a preguiça toma conta do dia inteiro e as noites são deliciosas insistindo para ficarmos sempre mais um pouco a luz da lua.<br />E foi numa noite quente de primavera que eu o conheci.<br />Entrei em um boteco bem velho, daqueles que a poeira e sujeira nos pisos podem contar a historia do lugar desde a inauguração, não que este seja um local que eu frequentaria, mas numa noite quente onde os pés se recusam a dirigirem-se para a casa, qualquer porta aberta parece ser um lugar melhor.<br />Ao entrar encarei um grupo pequeno porem animado de pessoas, elas já estavam familiarizadas com o lugar e chamavam o garçom/balconista/dono pelo nome e algumas das garotas ate por um apelido carinhoso. Cheguei de mansinho tentando me mimetizar com a parede, fui para um canto escuro perto do balcão esperando ser atendida. Estava absorta em meus pensamentos, olhando para os quadros velhos pendurados próximos de onde estava.<br />“Se ficar por aqui nunca será atendida”<br />Olhei para o lado sobressaltada e lá estava ele, não era bonito mas tinha o charme que todo homem boêmio tem. Cabelo desajeitado, barba rala e um cheiro de álcool e cigarro. “sente-se lá com a gente. Somos a única mesa do lugar mesmo.” Ele sorriu com o canto da boca. Tentei balbuciar algum protesto delicado, mas ele já tinha colocado um copo cheio de cerveja na minha mão e voltado para a mesa olhando pra trás de forma convidativa.<br />Me dirigi ao lugar num misto de contrariedade e vergonha, quando estava me aproximando da mesa fui chamada por um dos rapazes para tomar partido em uma discussão que ele travava com o dono do bar “Vale ou não vale roubar no poker” meio em duvida sobre o que responder balbuciei “Se ninguém perceber...” foi mais que o suficiente para explodir a mesa em gargalhadas e fazer com que o velho levantasse contrariado resmungando algo como ser esse o motivo de não jogar com os jovens. Sentei na cadeira que ele deixou vaga e só me lembro da conversa ter sido fácil com eles.<br />Não me lembro de ter me apresentado e nem de ter perguntado por nomes, isso não era importante e cada garrafa de cerveja nos distanciava mais dessas formalidades.<br />As pessoas foram indo pouco a pouco, com o passar das horas, ate que, quase com o sol nascendo, restavam na mesa apenas eu, o dono do bar, o boêmio e uma garota que reclamava de sono.<br />“Bem, acho que já esta na hora de ir” falei ao mesmo tempo em que levantava de forma desastrada derrubando alguns copos pela mesa.<br />“Tem certeza que consegue ir sozinha?” ele me olhava com um sorriso debochado por ver a forma ineficiente que eu tentava ficar de pé.<br />“Claro!”.<br />Ele apenas sorriu balançando a cabeça. “Se vai, vamos todos que o seu Osiras já quer ir pra casa dormir, né?!”. O velho balbuciou palavras gentis, porem claramente falsas fazendo com que nós três ríssemos da tentativa frustrada dele em ser educado.<br />“Espera só um minuto. Vou ao banheiro”, fui trombando em algumas cadeiras que estavam na minha frente ate conseguir chegar ao corredor que dava acesso aos banheiros.<br />Não posso calcular o quanto fiquei lá dentro, mas sei que foi tempo suficiente para me enroscar com a torneira que se recusava a ficar fechada.<br />Quando finalmente consegui sair me deparei com o rapaz e em meio a um sorriso disse:<br />“Demorei tanto assim que veio me buscar...” porem antes que eu pudesse terminar a frase ele me agarrou colando sua boca na minha e me grudou na parede.<br />Meu coração disparou e só consegui passar minhas mãos pelos seus cabelos desarrumando-os ainda mais e retribuir ao beijo na forma mais intensa possível.<br /><br />Não sei se foi a sensação do tempo distorcida pelo álcool ou se realmente foi algo rápido, mas quando consegui voltar a respirar e focar o olhar ele já estava na saída do corredor olhando para mim com um sorriso malicioso.<br />Respirei fundo e caminhei em direção a porta ainda mais cambaleante que antes, o rapaz estava acordando a moça que cochilou em cima da mesa. Saímos os 3 ao mesmo tempo do bar ajudando o seu Osiras a fechá-lo. O sol já despontava seus primeiros raios quando me despedi do boêmio e da garota empoleirada em seu braço, que demorei para perceber que era sua namorada.<br />Tomamos rumos opostos e cheguei em casa ainda com a briga interna de ter gostado do beijo e querer mais... muito mais, e a consciência pesada por saber que ele era comprometido.<br /><br />Mas agora confesso que o peso na consciência não durou por muito tempo, afinal nada como uma noite quente e um boêmio cachorro para fazer com que eu mande as favas a “moral e os bons costumes”.Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5287139075343807546.post-23028172711668731992009-07-13T21:14:00.006-03:002009-07-27T00:05:57.747-03:00Don't go away<span style="color: rgb(0, 102, 0);font-size:85%;" >"When I get to Warwick Avenue<br />Please drop the past and be true<br />Don’t think we’re okay<br />Just because I’m here<br />You hurt me bad but I won't shed a tear"<br />Warwick Avenue - Duffy</span><br /><br />Tinha escolhido uma mesa do lado de fora pois sabia que ela adorava o brilho do sol aquela hora no outono, quando a garota chegou ele, de forma desajeitada, levantou-se mas ela simplesmente fez um “oi” com um aceno de cabeça e sentou a sua frente. O silencio foi quebrado pelo garçom entregando os cardápios e dizendo que era para chamar assim que escolhessem:<br />- Acho que vou pedir um chocolate quente.<br />- Não quer mais nada? Aqui tem aquela torta holandesa que você adora. – disse o rapaz tentando quebrar o gelo.<br />- Não. Só o chocolate mesmo. – por mais que gostasse estava com o estomago revirado para conseguir comer alguma coisa.<br />Fizeram os pedidos e ficaram em silencio.<br />- Obrigado por ter vindo. Por ter me dado a chance de explicar.<br />- Não poderia ser diferente. É injusto não deixar.<br />- Você está fria<br />- Não<br />- Está sim. Não queria que estivesse assim.<br />- Deveria ter pensado antes<br />- Não queria te machucar...<br />- Tarde demais pra isso.<br />- Terminei com ela. Quero ficar com você.<br />Ela olhou para o lado desviando o olhar e fitando o sol que começava a se pôr<br />- Não vai dizer nada?<br />- Não tenho o que dizer. Imaginei você me falando isso tantas e tantas vezes. Desejei tanto. Quis tanto... mas agora... não sei.<br />- Não consigo viver sem você.<br />- E eu não consigo viver com você.<br />Ele abaixou a cabeça e brincou com a espuma em cima do cappuccino.<br />- Você disse que eu era livre...<br />- É não é? Escolheu o que tinha que escolher.<br />- Mas foi uma escolha errada. Agora quero ficar com você<br />- Não, você nunca me escolheu. Eu sou a segunda opção. Sempre fui...<br />- Nunca foi a segunda... sempre foi a primeira.<br />Ela sorri com o canto da boca de forma descrente.<br />- Você nunca acredita em mim. Às vezes me pergunto se um dia chegou a acreditar.<br />- Acha que estaria aqui se não houvesse acreditado, ao menos, uma única vez?<br />Ela era esperta, isso ele tinha que admitir. Sempre rápida em suas respostas e geralmente o deixando sem palavras.<br />O silencio pairou sobre eles outra vez.<br />- É o fim?<br />- Não temos outra escolha...<br />- Não quero.<br />- Não temos outra escolha.<br />- Temos sim. Você tem. Por favor.<br />- Não tenho outra escolha.<br />Ele abaixou a cabeça e ela pode ver algumas gotas caírem sobre a toalha. A garota deu um suspiro dolorido, deixou o dinheiro do chocolate em cima da mesa e simplesmente partiu.Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5287139075343807546.post-12302603483472577872009-07-08T21:05:00.007-03:002009-07-09T19:35:02.421-03:00Beauty mark<span style="color: rgb(0, 102, 0);font-size:85%;" > "5:55<br />soon the morning will arrive<br />can i begin another day<br />whilst this old day is still alive<br />refusing to be put away"<br />5:55 - Charlotte Gainsbourg</span><br /><br />O apartamento estava escuro, mas não ligou nenhuma luz apenas abriu a sacada e deixou que o brilho branco da lua iluminase o lugar. Foi ate a geladeira e pegou um cerveja, sentou-se na varanda, acendeu um cigarro enquanto no mp3 tocava Bessie Smith. Pousou os olhos de forma distraida para a rua.<br />Pessoas entrando e saindo do bar na frente, o senhorio do prédio brigando com uns meninos por algum motivo que ela ignorava, o balconista da padaria passou e lhe fez um aceno rapido, ela apenas respondeu caindo a cabeça de leve.<br /><br />O ar quente lhe enchia os pulmões e a nicotina sua cabeça.<br /><br />“Mudar dói, mas não mudar dói muito” era a única frase que tentava se concentrar. Não queria encontrar ninguém, rezava para não precisar cruzar olhares enquanto descia as escadas. Sempre foi boa em chegar nunca em partir.<br /><br />Tomou o último gole da cerveja ao mesmo tempo em que tocavam os acordes finais de “Me and my Gin”. Ela consultou o relógio de pulso. Já estava na hora. Apagou o cigarro no vaso a sua frente, deixando a bituca junto com outras que estavam ali há bastante tempo. Levantou-se e caminhou pelo ambiente vazio ate a porta pegando a mala já arrumada que estava ao lado. Deu uma ultima olhada e admirou a beleza do luar entrando pela janela, em um respiro profundo saiu para não mais voltar.<br /><br />Ninguém soube o por que. A discussão por semanas foram os possíveis motivos que fizeram a moradora do 203 se mudar de forma tão repentina. Nunca chegaram a um acordo, porém concordavam que sentiam falta do perfume de jasmim que ficava no elevador, do belo sorriso pela manhã e principalmente daquela pintinha discreta abaixo do olho direito.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5287139075343807546.post-29041747965729656742009-04-21T00:26:00.006-03:002020-02-19T18:30:27.614-03:00Que não seja imortal, posto que é chama<span style="color: rgb(0 , 153 , 0); font-size: 78%;">"Dá pra imaginar por que eu estou aqui?<br />A verdade de repente tomou conta de mim<br />Minha defesa agora quero apresentar<br />Admito simplesmente que me arrependi"<br />Kid Abelha - Combinação</span><br />
<br />
Ela estava pronta.<br />
Cabelo cuidadosamente escovado, maquiagem feita com esmero, a roupa escolhida de forma a parecer provocante, mas não vulgar.<br />
E ele?!<br />
Ele estava atrasado. 1h e 26....27 minutos.<br />
<br />
Não podia acreditar que tomara um bolo. Logo agora que tudo parecia estar se resolvendo...<br />
Conteve as lágrimas, ele talvez aparecesse ou ligasse, não podia borrar o rímel.<br />
<br />
O telefone toca.<br />
Corre para atender. Escuta uma voz feminina do outro lado.<br />
“Se estou desocupada... É...”<br />
Se ele aparecer, que se foda!<br />
“Não estou. 15 minutos?! Esta ótimo!”<br />
Retocou o rímel, jogou mais uma borrifada do perfume doce e trocou a blusa por uma mais decotada.<br />
<br />
4:28am.<br />
<br />
<span style="font-style: italic;">"I don't know what you do but you do it well, I'm under your spell"</span><br />
<span style="font-style: italic;">"I don't know what you do but you do it well, I'm under your spell"</span><br />
<span style="font-style: italic;">"I don't know what you do but you do it well, I'm under your spell"</span><br />
<br />
O celular toca dentro da bolsa jogada no sofá.<br />
Ela?!<br />
Esta no quarto.<br />
Arranhando as costas de outro.Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5287139075343807546.post-1952061726800414832009-01-20T14:46:00.008-02:002009-01-25T00:06:13.220-02:00SabrinaA personagem é <a href="http://hasemprealgodeausentequemeatormenta.blogspot.com/2009/01/era-madrugada-ela-escrevia-deitada.html">dele</a> por esse texto q esta linkado. Espero q não se incomode, é que depois q eu li, me veio essa historia na cabeça...<br /><br /><div style="text-align: center;">***<br /></div><br />O velho elevador abriu as portas no 8º andar, a garota saiu e caminhou ate um apartamento. Era pequeno, de apenas 1 dormitório, mas agora se sentia um pouco mais ela. A volta foi como se estivesse em outro corpo, sentia como se aquilo não lhe pertensesse mais. Fitou-se pelo espelho da sala, mas logo virou o rosto. Sentiu um asco quase insuportável.<br />Se abraçou como se tentasse se proteger de algo invisível. Tentou se proteger dela mesma. A vontade de chorar novamente aparecer "Seja forte, Adriana. Seja forte!" dizia para si mesma.<br />Foi ate o banheiro e ligou o chuveiro. Talvez precisasse tomar um banho para tirar todo esse cheiro, para ser mais Dri e menos Sabrina.<br /><br />Sentiu a água quente bater em seus ombros. Não se mexeu, só sentiu a água correr. Não estava com coragem de encostar no próprio corpo.<br />A visão dele abrindo a porta do carro e a olhando lhe surgiu na memória.<br />Começou a se esfregar<br />Sentia nojo daquilo. Nojo dele. Nojo dela.<br />E todo o quadro lhe fez na mente.<br />Aqueles dedos grossos passando por sua coxa, o cheiro de cigarro velho, os cabelos grisalhos já ralos, o olhar, o dinheiro arremessado aos lençóis, os falsos sorrisos, os falsos gemidos....<br />Se esfregava mais forte. Não queria apenas tirar o cheiro, queria sumir com aquelas lembranças.<br /><br />Ouviu o barulho na porta. Desligou o chuveiro<br />"Raquel?!"<br />"Sim, Dri. Sou eu."<br />Encostou a cabeça na parede mesmo com o chuveiro desligado. Rezava para Deus perdoar o seu pecado e pedia que ele fizesse o celular não tocar mais.<br />Mas no mesmo minuto ouvi o som estridente de uma musiquinha quase alegre.<br />"Alô, sim sim. Pode falar. Claro. Me passe o endereço. Tá, passarei para ela. Pode confiar, você não vai se arrepender"<br />Ouvi passos e uma batida na porta<br />"Dri, mais um. E esse parece dos grandes. Marcou como você em um lugar super chique"<br />Adriana saiu do banho como um bichinho assustado, ao pousar os olhos sobre ela Raquel pareceu entender. Tirou um pacotinho da bolsa e jogou para a garota.<br />"Sei que você dirá não agora, mas confie em mim, só assim vai conseguir sair desse apartamento hoje"<br /><br />Eram 4:30 quando Adriana voltou para o apartamente aquela noite. O nariz ainda ardia um pouco e a euforia acabará. Ela abriu a porta, não ligou a luz, só encostou no canto da parede deslizando ate sentar no chão, abraçou suas pernas se encolhendo e simplesmente chorou.Unknownnoreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-5287139075343807546.post-77557936480417432752008-12-29T23:50:00.006-02:002020-02-19T18:27:51.825-03:00Lembranças...<br />
Ela chegou em casa, jogou a bolsa em cima do sofá e olhou a secretária eletrônica<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "courier new";">0 mensagens</span></div>
Faziam 2 semanas que o evitava. Não retornar as últimas ligações aparentemente deu certo. Era uma sexta feira e nenhum sinal de vida dele.<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-style: italic;">"I don't know what you do but you do it well, I'm under your spell"</span><br />
<span style="font-style: italic;"><br /></span></div>
A voz da Duffy ecoou pelo apartamento. Não precisava retirar o telefone da bolsa, esse toque era exclusivo dele. A frase é ouvida 1...2...3 vezes. Para. Ela pega o celular apenas para olhar o nome no visor, não consegue conter um sorriso.<br />
Arremessa o telefone em cima da cama enquanto ainda estava com a tela iluminada. Não ligaria. Estava firme em sua posição. Definitivamente não queria mais.<br />
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Foi ate o banheiro e começou a encher a banheira. Enquanto a água cai, colocou algumas musicas para tocar. "Cantaloop" encheu o apartamento e ela voltou ao banheiro dançando sozinha, enquanto se desfazia das ultimas peças de roupa. Entrou na banheira nos últimos toques do jazz dançante.<br />
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No silêncio entre uma música e outra pode ouvir, novamente, o toque do celular. A voz rouca do toque se misturou com a mesma voz que saia da caixa de som. "Mercy" transformava a voz da galesa em um hit animado, que por mais contagiante que fosse, não escondia o tom melancólico. A garota sorriu, a música representava bem o momento de sua vida.<br />
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Deitou a cabeça para a água lhe tampar os ouvidos, tornando seus pensamentos ainda mais claro.<br />
Desculpas... Ela esperando na frente do cinema... mais desculpas... semanas de sumiço inexplicado... desculpas... briga... crise de ciumes... um beijo roubado durante a crise... a mão passando pelo cabelo... o cheiro dele... as mão se entrelaçando... beijos que descem ate o pescoço... mordida na orelha... as pernas envolvendo a cintura... a respiração rápida dele... o gemido contido dela...<br />
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A frase solta de "Mercy" ecoa pelo apartamento.<br />
Passos molhados pelo corredor<br />
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"- Alô."Unknownnoreply@blogger.com5